segunda-feira, 23 de maio de 2011

tão down, subi

para um sótão tão só

por porões por aí

na poeira de um porém....

quarta-feira, 6 de abril de 2011

cyber sapiens

Em um passado muito depois da gente, em tempos em que as crises reacendiam suas cristas, um dos últimos andróides selvagens infectado com um vírus - um troian horse não identificado que estava deletando quase toda população - tomando seu sintetizador de seis cordas, arcaico, numa esquina, cantava:

se realmente resistisse
vida após a sorte
você loteria meu vazio
desejo que não seja rasa a nossa razão
que o Provedor nos abençoe
sintonizam sensações
bioprogramas corações
on line
do código o homem veio
e pródigo retornará
minha memória não suporta não
tantos gigas de solidão
séculos-luz pra transpassar com o arco da íris
a retina sideral







quarta-feira, 23 de março de 2011

“Sim, uma puta!”




A conheci, pequenos. Pouco depois que conheci o Sol, a Lua, as Ruas,

Exatamente quando, não sei: desconheci o sol de minhas manhãs. Achando-o maravilhoso, ele chicotechateava as costas de alguém acorrentado a uma enxada.

Chegadas as noites, desconheci a lua. Uma deusa-ciclope, velando meus sonhos, também levava para si gritos e pedidos de socorro e como deusa (desde a fabricação da angústia-de-não-ser-ouvido) aos socorros se fingia mármore, quase não contendo o sorriso esguelhado para seu lado sombrio.

Caminhando para casa, desconheci as ruas. Dizia-as abençoadas pelas, mesmo inseguras, sensaçõvisões mais belas: desejo se concretizando ...ao longe... o risco-certo do pode-não-ser. Percebo; elas se dão a palco para as facas rasgadoras de vidas, estupradores de liberdade e espancadores com cassetetes oficiais.

Vitudoporumoutroladoeamultiplicidadedecadaladoeainfinitudedamultiplicidade  e, mesmo estranho, ninguém além de mim mesmo.
Primeiro olhei, lindo; segundo olhei, horrível; terceiro, vi: a primeirúltima das margens do principício; o Zero. Reconheci tal mundo como único possível. Passei a amá-lo por que sem opção para odiá-lo.
Tão sensível, passou em minha visão e com o som de suas curvas já a sentia no tato. Desconheci sua atribuída imagem. Reconheci seu sorriso sonhador. Devolvi a seus olhos o mistério, a sensualidade, ignorados pelo Poderoso-burro julgamento coletivo.
Foi preciso um terremoto pro vermelho embranquecer e uma puta virar noiva.
                           

sábado, 5 de fevereiro de 2011

¿em que ponto se apóia? Parte da
arte em que parte? Pra que porto?
Mas, proibido aborto, inevitável,
parto. Na bússola vital, a certeza
mais forte rima rumo a norte e
nunca deixa de ser solução;
cronodissolve um por um, um
por todos e, assim por de antes,
sempre foirá?. Como nem toda
noite tem parte na moita e nem
toda foice, corte no bote; cobras
se disfarçam de botas: a face da
terra faz-se de gente. Genterrada.
lenda dos calendários
há templos
já faz
muitos templários

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

nos dê
literatura
um presente
lidere
litere tudo
livro-nos
do mau
Pensei na palavra ou palavrei o que pensava? Trovão,
palavrão enfureceu em mim, o baixo calão, o que baixo ou
mesmo calado ruminava. Pus nas mãos, calejado, apontei
meu cajado, atravessei o lobo no coração das ovelhas.

Não é revolver que só mira um ponto, o pixel interessante.
Granada: atira em 360°³ – graus esfericúbicos –, em 3D:
portanto, céus,terras, horizontes e tripulantes não escapam a
sua ira, seu deboche e sua súplica.

Passado o tempo, não deu para medir quanto, após o funeral
do tempo, essa granada é atômica, faz-se suicídio épico – por
mais que se queira lírico.

Queremos matar-nos o mundo; e nisso Deus nos compreende
– ou deus, se prefere a humildade – se chover versos
quarenta dias e quarenta noites.

De braços com a poesia vamos aos bares, igrejas, escolas,
praças, Tudos e descobrimos que fora disto não há mais
nada; mas descobrimos que dentro disso não realizaremos
nem um terço e inventaremos + 70 X 7 inteiros ao passarmos
mil e uma noites em claro. Então já contagiados. Atrapalhando

outras doenças que parasitam o mundo; uma doença que tem
efeitos colaterais: Artzsche.

crianças, agora numa reinocência, gargalhada de bebê para
camelesos; já indiferente, um tanto complacente, aos mau
humores de leão.

As outras doenças querem ilusões motorizadas, estruturas de
aço e pedra, como se os atropelamentos, o peso pontiagudo
caindo nas cabeças, jorrando sangue, fizesse com que fosse
mais sério, mais real: sem paciência para carrinhos puxados a
mão ou castelinhos de areia – que de certo constituem o reino
dos céus.

Suportamos a febre e o deserto das outras doenças, que
deixavam de cabeça quente, porque tomamos o leite materno
estelar, diretamente da via láctea.

Mas é certo que poesia também mexe com sangue. Ela vai
tão a fundo no sangue que mexe no seu porquê, por que e
pra quem trabalha, onde o sangue é empregado, para onde
corre fervente ou sereno: caudaloso hemossentido.

? Há muito que o sangue tem a ilusão de estar alimentando células que
têm seu fim para os tecidos que. Mas tudo isso: nervos, órgãos, o cérebro,
apenas edificam um concreto holograma para dar vida a fantasmas a sua
imagem e dessemelhança; não para parar no reflexo, mas para outro
refluxo e, a partir de sua imagem, ser muito mais.